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Wittgenstein: entre o cinema mudo e Derek Jarman – por Julio Cabrera

O cinema sonoro inventou o silêncio

Robert Bresson

  1. Wittgenstein gostava de cinema. Mas, de qual?

Há alguns meses escrevi um texto chamado “Sartre e o cinema: crônica de um fracasso anunciado”. Esta é a segunda nota sobre o desencontro do cinema com algum filósofo contemporâneo importante.

O tema central da filosofia de Wittgenstein foi a questão dos limites da linguagem. Ele pensava que uma linguagem tinha que ter limites. Uma linguagem sem limites – na qual tudo pudesse ser dito – não era propriamente uma linguagem. Assim, uma linguagem não é impedida pelos seus limites, mas, pelo contrário, possibilitada por eles; ela vive de seus limites, estes a constituem como linguagem.

Por outro lado, Wittgenstein gostava muito de ir no cinema no final das suas aulas, em geral co...

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All that jazz – 1979

Ter consciência da morte parece ser uma das marcas da humanidade. Sócrates nos ensinava que “filosofar é aprender a morrer”; Pascal reconhecia estarmos “todos condenados à morte”. O diretor Bob Fosse, talvez querendo contrariar a fala de Wittgenstein, para o qual “a morte não pode ser vivida”, apresenta-nos o musical All That Jazz, uma filmagem semi-autobiográfica, onde retrata o cotidiano e os momentos finais da vida do diretor e coreógrafo Joe Gideon (Roy Scheider). O monólogo do comediante Davis Newman (Cliff Gorman) servirá de fio condutor da trama, onde são relatados, satiricamente, os cinco estágios da morte: raiva, negação, negociação, depressão e aceitação...

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